João Adolfo Guerreiro
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Textos
Brizola, fazendo falta

Em 15 de outubro de 2016 fui a Carazinho para participar de um encontro regional de colecionadores de gibis de Tex e Zagor, da Editora Bonelli. Nos horários de folga da programação do evento, perguntei o que tinha pra se ver na cidade. Uma das indicações foi o busto homenageando Leonel Brizola na praça Albino Hillebrandt, o da foto acima.

O busto foi inaugurado, propositalmente, num Dia do Trabalhador, em 1º de maio de 2011. Tudo a ver com a biografia e legado do grande político trabalhista nascido na cidade, em 22 de janeiro de 1922. Todavia, se muito se fala do que o Brizola fez na área da educação, entendo que, no momento pelo qual atravessamos, onde as reformas liberais e as privatizações estão aniquilando as conquistas trabalhistas e o patrimônio público - dois grandes feitos da chamada Era Vargas -, é pertinente, oportuno e importante lembrar a defesa dos interesses estatais e populares que Brizola fez quando governou o Rio Grande do Sul (1959 - 1963) e o Rio de Janeiro (1983 - 87 / 1991 - 94), principalmente o primeiro.

No período, encampou empresas estrangeiras de eletricidade e telecomunicações, criando a CEEE (1959) e a CRT (1962), atualmente privatizadas, destino que igualmente ronda a Corsan e o Banrisul, após a retirada da necessidade de plebiscito para a venda de estatais da Constituição Estadual, por projeto do Governo do Estado aprovado pela Assembleia Legislativa. As medidas de Brizola alavancaram o desenvolvimento do Estado e ele ainda teve brio e coragem para comandar a Campanha da Legalidade, em 1961. Um grande político e um homem público exemplar e referencial, incontestavelmente, do tipo que faz uma falta enorme nos dias atuais.

A última segunda-feira marcou os 17 anos de sua morte, ocorrida em 21 de junho de 2004. Ano que vem comemorar-se-á o seu centenário de nascimento. Talvez eu dê uma passada por Carazinho na data, se tudo tiver ocorrido dentro dos conformes quanto ao que se espera acerca da vacinação e do fim da pandemia. De qualquer forma, que a biografia de Brizola inspire as pessoas em 2022, um ano de decisões importantíssimas para os brasileiros e brasileiras.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 23/06/2021
Alterado em 23/06/2021
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