João Adolfo Guerreiro
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Região Carbonífera: 32 óbitos por COVID-19 em maio

No mês de maio, conforme vimos aqui pelo Portal de Notícias, foram computadas 32 mortes por Covid-19 na Região Carbonífera, uma grande redução em relação aos meses anteriores. Entretanto, foi o terceiro mês com mais óbitos registrados desde o início da pandemia, atrás de março (112) e abril (51) e acima de fevereiro (31), todos em 2021. Ao total, somamos 240 perdas nos primeiros cinco meses de 2021 e 120 em todo o 2020, ou seja, das 360 vítimas fatais na região até o final de maio, quase 67% faleceram em 2021.

Desta forma, se temos a comemorar a grande redução de óbitos, não esqueçamos que ainda estamos, mesmo assim, num grande patamar de espalhamento e mortalidade por Covid-19, ainda o maior até agora pelo quarto mês consecutivo - onde registramos um óbito diário. Um ponto positivo é que a redução de casos fatais nesses meses de alta em 2021 se deve, muito provavelmente, ao avanço da vacinação, sobretudo nos idosos e pessoas dos grupos de risco, o que pode ser indicativo de diminuição ainda maior nos próximos meses, conforme a mesma imunize mais pessoas em segunda dose, mesmo com a quarta onda de elevação (1) que agora passamos a vivenciar em território gaúcho. Torçamos e trabalhemos por isso.

Charqueadas deixou de ser o município mais atingido a cada mês em números absolutos: 8 óbitos em maio, chegando a 87, isto é, soma 65 óbitos em 2021 (75% do total). Triunfo, com 12 vítimas fatais em maio, foi o mais afetado no mês. Soma agora 83 mortes - acréscimo de 61 esse ano (73% do total). Novamente fechando o triângulo da morte na Região Carbonífera, temos São Jerônimo, com 5 em maio, somando 69 - acréscimo de 43 em 2021 (62%). Em relação às demais cidades, o quadro em maio foi: Butiá 4 óbitos; Arroio dos Ratos 1; General Câmara 1; Minas do Leão 1; e Barão do Triunfo 0.

Como vivemos uma realidade de subnotificação de casos devido a testagem insuficiente, os 360 óbitos totais oficialmente notificados na Região Carbonífera até 31 de maio, se levada em conta a taxa média de letalidade real da Covid-19 no Brasil de 1%, podem corresponder a aproximadamente 36 mil casos reais estimados, cerca de 23% da população regional de 153.674 habitantes (IBGE 2019). Usando-se o mesmo critério "óbitos totais notificados-letalidade-casos reais estimados-população" para as cidades, teríamos os possíveis percentuais de casos reais estimados em cada uma: São Jerônimo 28,4% (69 óbitos e 24.248 habitantes), Triunfo 28% (83 e 29.598), General Câmara 25% (21 e 8.385), Butiá 24% (51 e 20.941), Charqueadas 21,3% (87 e 40.789), Arroio dos Ratos 21,2% (30 e 14.151), Minas do Leão 16% (13 e 8.075) e Barão do Triunfo 8% (6 e 7.487).

Eis os números de dor e sofrimento para muitas famílias que perderam seus entes queridos. Ficar em casa, observar o distanciamento social, usar máscara e higiene das mãos ainda são medidas essenciais até a vacinação atingir patamares elevados a fim de reduzir drasticamente as mortes e o espalhamento, devolvendo-nos à normalidade ou a algo próximo. Esperemos sinceramente que a entrada do inverno, a retomada das aulas presenciais e a flexibilização de determinadas atividades econômicas, religiosas e culturais não formem uma tempestade perfeita que torne a quarta onda de elevação muito forte aqui no Rio Grande do Sul, onde, conforme a imprensa estadual vem diariamente noticiando, voltou a se elevar o número de casos, de óbitos e de leitos hospitalares UTI ocupados - em algumas regiões, já colapsadas, ultrapassaram o percentual de 100% de lotação, como Cachoeira do Sul (150%), Palmeira das Missões (119%) e Cruz Alta (107%).

Obremos e oremos para que o melhor aconteça. Fiquem todos com Deus.


(1) - Embora se fale no Brasil em uma terceira onda de elevação agora, após duas longas ondas (a primeira em abril/maio 2020 e a segunda entre dezembro 2020 - março 2021), aqui no RS são considerados três picos anteriores: junho/julho 2020, novembro/dezembro 2020 e fevereiro/março 2021 (Zero Hora, 1º de junho de 2021, pag. 14). No Brasil, o que se observa é que após cada "pico" ou "platô", a "estabilização" de casos e óbitos se dá em patamar cada vez mais elevado em relação ao anterior. Todavia, a delimitação dessas ondas é motivo de divergência entre os epidemiologistas, como podemos ver, por exemplo, na matéria da CNN Brasil Saúde intitulada "O que são ondas da Covid-19 e por que o Brasil pode estar diante da terceira": https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2021/05/30/o-que-sao-ondas-da-covid-19-e-por-que-o-brasil-pode-estar-diante-da-3
 
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 02/06/2021
Alterado em 03/06/2021
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