João Adolfo Guerreiro
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Os institutos federais e a Pedra Filosofal

Quem estudou em Charqueadas nos anos 1970, 80 e 90 do século passado sabe muito bem como era a realidade do ensino: sem maiores perspectivas além do comum. Creio que no restante da Região Carbonífera a situação era análoga.

Quando um aluno do segundo grau iria pensar em viajar para outros estados? Outros países da América do Sul? Da América do Norte? Da Europa? Mas não estou falando de turismo, mas sim da apresentação de projetos em feiras nacionais e internacionais, selecionados devido a sua qualidade. E abordo apenas um aspecto, talvez o mais gritante e o que mais salta à vista. Sim, Charqueadas se divide em antes e depois das charqueadas, antes e depois das minas de carvão, antes e depois da Aços Finos, antes e depois dos presídios e, por último, antes e depois do IFSul. Esse último, foi a nossa Pedra Filosofal...

Quando se imaginaria ensino médio com cursos técnico-profissionalizantes em nível de excelência? Curso superior? Pós-graduação? Mestrado? Tudo gratuito? Era o que se escondia atrás do arco-íris da foto: o IFSul, a Pedra Filosofal de Nicolau Flamel, que transmutaria para ouro do conhecimento a mente de nossos jovens, dando-lhes o elixir da vida eterna do saber. Todavia, um tal “ministro da educação (!?)”, Você-Sabe-Quem, eis que seu nome não deve ser pronunciado, resolveu, dentre outras façanhas que servirão de repúdio à toda a terra, cortar 37% dos recursos do IFSul, que possui 14 câmpus no Rio Grande do Sul, dentre os quais o de Charqueadas, que serve a toda a nossa região.

“A verdade é uma coisa bela e terrível e, portanto, deve ser tratada com grande cautela”. Uma das justificativas de Você-Sabe-Quem para o corte, em primeiro lugar, era a balbúrdia e a falta de bom desempenho. Não ouvi falar de balbúrdia por aqui, a não ser que Você-Sabe-Quem julgue a luta pretérita contra a PEC do Congelamento de Temer como tal. Para mim, foi cidadania. Questão de opinião, subjetiva e ideológica, injustificável enquanto critério numa sociedade democrática. Bom desempenho? Buenas, nem vou discorrer aqui sobre os índices do IFSul para não duvidar da inteligência e da boa informação de vocês, que passam os olhos por essa crônica.

Um outro motivo para o “contingenciamento” de verbas seria a aprovação da deforma, digo, reforma da Previdência. Vejam só, a educação pública de qualidade de nossos filhos e filhas é moeda de troca para pressionar-se o Congresso Nacional. Então é na Educação, no ensino médio que se cortam verbas para esse jogo legislativo? Você-Sabe-Quem, “ministro da educação (!?)”, não entende ser prioridade a Educação, a qual deveria “ministeriar”? 

Embora que “para a mente bem estruturada a morte seja apenas a aventura seguinte”, não devemos aceitar tal medida assim, no más. Afinal, esses impostos que pagamos e que, no caso do IFSul, nos retornam como se aqui fosse uma Suécia, devem ser tratados com maior consideração governamental para com o povo. Se Você-Sabe-Quem continuar conduzindo a Educação desse jeito, vamos virar cozido de dragão norueguês!

“- E DAÍ? Vocês não percebem? Se Snape apanhar a Pedra, Voldemort vai voltar!”


Texto publicado no site Portal de Notícias em 08/05/2019https://www.portaldenoticias.com.br/ler-coluna/906/os-institutos-federais-e-a-pedra-filosofal.html
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 26/05/2019
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