João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Textos
Semana de fé e amor concretizados

Jerusalém. Domingo, 4 de abril, 27 d.C. (*)
Domingo de Ramos é o dia dos que possuem fé, esperança e, sobretudo, daqueles que acreditam. São essas pessoas que movem o espírito humano para estágios mais elevados, inclinados ao bem comum e a coletividade.
É o dia da simplicidade e da humildade pelas quais se manifestam os grandes espíritos, sem precisar de pompas a fim de serem reconhecidos. Jesus entrou em Jerusalém montado num jumento e foi louvado pela população, que lhe estendia as vestes pelo caminho e o saudavam com ramos.
É, também, o dia de separar a fé dos poderes econômico e político. Conforme os evangelhos sinóticos de Mateus e Lucas, nesse dia Jesus expulsou os vendilhões do templo.

Jerusalém. Segunda-feira, 5 de abril, 27 d.C.
Logo pela manhã, temos o episódio da Figueira Seca, que terá seu desfecho no dia seguinte, conforme o Evangelho de Marcos.
Retomando a lógica dos acontecimentos do Domingo de Ramos, Jesus endossa a separação necessária entre a fé e os poderes político e econômico. Foi testado por fariseus e herodianos, que pretendiam lhe fazer uma armadilha a fim de justificar sua prisão, inquirindo-lhe sobre os impostos devidos aos romanos, se era devido ou não pagá-los.
Chamando-os de hipócritas, pediu Jesus que lhe trouxessem uma moeda, ao que lhes perguntou:
- De quem é essa imagem e descrição?
- De César - responderam.
- Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Aqui vemos a simbologia tanto política quanto econômica da moeda ser utilizada como lição cabal acerca da separação acima referida. Um ensinamento ainda atual.

Jerusalém. Terça-feira, 6 de abril, 27 d.C.
Na manhã de terça-feira, ao passarem pela figueira do dia anterior, os apóstolos viram que a mesma estava seca e perguntaram a Jesus como isso fora possível.
- Tendo fé em Deus – respondeu - Se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira (*2).
É um dia de intensa pregação no templo, por meio de diversas parábolas. A principal lição foi: a fé e o amor, dentro de nós, devem frutificar em ações práticas em benefício do próximo. Amar a Deus e amar ao próximo, eis os dois principais mandamentos. Praticar o amor ao próximo é louvar a Deus e cumprir sua lei, demonstrando, assim, tê-la verdadeiramente no coração.
Por isso a crítica, presente nos ensinamentos de Jesus nesse dia, à fé que demonstra amar a Deus, mas não ao próximo, em atitudes. Tal fé é hipócrita e, como a figueira, estéril, seca aos olhos de Deus.

Jerusalém. Quarta-feira, 7 de abril, 27 d.C.
Jesus anuncia aos apóstolos que será preso e condenado à crucificação. Judas combina a traição, mediante o pagamento, pelos fariseus, de trinta moedas de prata. Moedas...
Jesus sabia que sua pregação no templo, desde a entrada em Jerusalém até a terça-feira, custaria-lhe e vida, via terríveis suplícios. Entretanto, sabia ser isso necessário, eis que era a vontade de Deus que cumprisse integralmente sua tarefa na terra, tanto ensinando a palavra quanto praticando o amor ao próximo.
Seu exemplo fez a palavra perdurar e frutificar pelos séculos e milênios vindouros, mesmo que, por vezes, deturpada.

Jerusalém. Quinta-feira, 8 de abril, 27 d.C.
Jesus faz a última ceia com os discípulos e lava seus pés. Reafirma o novo mandamento: amar ao próximo. À noite, retira-se com os apóstolos para o Jardim do Getsêmane, no sopé do Monte das Oliveiras...


(*) - Datação conforme: PAGLIARIN, Juanribe. Jesus - A vida completa. 36ª ed.São Paulo: Bless Press. 2016.
(*2) - Embora me baseie na ordenação dos fatos da Terça-feira Santa de acordo com o Evangelho de Marcos (tal qual Pagliarin, acima citado), utilizo a fala de Jesus sobre a Figueira Seca contida no Evangelho de Mateus, em virtude da mesma estar mais adequada literarimanente a esta pequena reflexão. Ademais, o que importa é o sentido do ensinamento sobre a fé, comum a ambos os evangelhos.


Texto publicado hoje no jornal Portal de Notícias, versões online e impressahttp://www.portaldenoticias.com.br

 
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 13/04/2017
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