João Adolfo Guerreiro
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Contragolpe

Sejamos razoáveis: o presidente interino Michel Temer (PMDB-SP) não possui legitimidade para fazer as severas reformas da Previdência e da CLT que está propondo, tendo em vista que foi eleito em 2014 junto com um projeto que não propunha tais medidas de cunho neoliberal. Como jogar nas costas de grande parte da população um modelo socialmente perverso de ajuste fiscal dessa natureza e magnitude, visto que, desde 2002, ela vem optando majoritariamente por outro caminho?

Assim, torna-se obrigatório concordar com a tese, defendida por alguns, de que há cassação de 54 milhões de votos. Logo, só uma nova eleição daria respaldo para que tal caminho fosse seguido (ou não) por um governo brasileiro. Entretanto, nem Temer e tampouco Dilma Rousseff (PT-RS) mostram disposição em renunciar a seus cargos e possibilitar um novo pleito. Nesse impasse político, esgotam-se as possibilidades de saídas conciliatórias razoáveis ao momento político e, inevitável, sobra o embate que tende a se tornar cada vez mais agudo, transformando-se em um imprevisível combate entre classes sociais.

Por outro lado, a recente divulgação das conversas do senador Romero Jucá (PMDB-PE) mostra o que o impeachment sempre foi: um golpeachment, uma forma de mudar o governo eleito a fim de salvar a pele dos envolvidos em corrupção (PMDB, PP, PSDB, etc), entregando a presidenta e seu partido como bois de piranha. Para dar o verniz constitucional ao intento, foram usadas as pedaladas fiscais, controversas nos meios jurídicos tanto nacionais quanto internacionais. Motivações políticas e econômicas, diga-se, não faltaram. Efeito colateral previsível: o combate à corrupção, principal mote dos protestos de rua, mostrou-se um tremendo engodo.

No fim, serão os assalariados dos setores público e privado e as pessoas em situação de vulnerabilidade social que irão pagar as contas do severo ajuste fiscal pretendido pelo governo interino PMDB/PSDB, com grandes prejuízos em áreas de suma importância social como educação, saúde, previdência social, salário e trabalho. No caso destes, a “Ponte para o Futuro” levará a um precipício sócio-econômico, alijando-os das conquistas obtidas na última década. A questão é: as pessoas do andar de baixo vão aceitar pagar essa conta sozinhas ou irão para as ruas protestar? Eis o contragolpe que poderá ocorrer.

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SARTORIZAÇÃO DO BRASIL – No Correio do Povo de 16 de maio a jornalista Taline Oppitz escreveu: “Ideário - Governo Michel Temer, recém instalado, tem muitas semelhanças com o do seu correligionário Sartori”. Zero Hora, na sua edição de final de semana, foi pelo mesmo caminho, na capa: “Início do governo Temer repete discursos e estratégias de Sartori”. Previsível. Desde o início de dezembro do ano passado, no texto “Golpeachment em andamento”, já vinha alertado sobre isso aqui no Portal.
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CARLOS PATRÍCIO – Nesta quinta-feira, 26, às 19:30 horas, o Botequim do Parque trará de volta à Charqueadas o músico Carlos Patrício, que realizará show, acompanhado pelo guitarrista Ewerton Moreira, denominado No Revertério, que remete ao futuro trabalho que o artista pretende gravar em breve e também aos 30 anos do disco Vertente e aos 20 de Subvertendo
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TEMPERO LITERÁRIO– No sábado passado foi muito boa a noite para os que foram recebidos por Luciano Domingues em seu acolhedor espaço gastronômico-cultural em São Jerônimo. Destaque para a boa música de Gilberto Pradella (voz e violão) e Darlan Rambor (baixo acústico), interpretando canções de Chico Buarque e Caetano Veloso no show A Palavra.
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SAMUEL & GILSON – Um formato interessante de boa música, estilo MPB, pop rock e rock nacional, é o que o duo formado por Samuel Vieira (voz e violão) e Gilson Baresi (sax) apresenta nas noites de sexta-feira no Galpão Galeteria e Pizzaria (antiga 6 Formas Pizzaria), na Vila Aços Finos Piratini.
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OCUPASSIS – Na segunda-feira, 30, o músico DUDA CALVIN, da banda Tequila Baby, estará proferindo a palestra “Trabalhar com arte, uma profissão”, no IEE Assis Chateaubriand, em Charqueadas, às 08h30min. A palestra é uma das atividades que o movimento OcupaAssis vem promovendo durante a greve dos professores gaúchos, em apoio aos mesmos.


Texto publicado hoje na seção de Opinião do Jornal Portal de Notícias, versões online e impressahttp://www.portaldenoticias.com.br
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 26/05/2016
Alterado em 07/06/2016
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