João Adolfo Guerreiro
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27/05/2022 21h37
A foto do cronista

A foto do cronista

 

Na noite de 29 de outubro de 2008, uma quarta-feira, às 20 horas, o jornalista e cronista David Coimbra esteve no Solar Shopping como palestrante do IV Sarau Literário de Charqueadas, participação viabilizada pela extinta Escola Cenecista Carolino Euzébio Nunes. Reproduzo aqui uma nota saída na imprensa local sobre ela:

 

“DAVID COIMBRA – A vice-prefeita de Charqueadas deu um puxão de orelhas no cronista de ZH durante o IV Sarau. Motivo: um comentário dele sobre mulheres, não muito feliz. Fez certo a vice. Mas o cara é tri gente fina, simpático, educado e gremista, merecendo o sucesso advindo do seu inegável talento. Disse algumas coisas legais, mas por se dirigir mais ao público jovem, fã do “Pretinho Básico”, sua fala ficou aquém da expectativa dos literatos, professores e jornalistas locais, que esperavam um conteúdo bem mais denso”.

 

Leitor de Coimbra, de comprar livros e guardar sua coluna de jornal, incluo-me nesses que tiveram sua expectativa frustrada, não pela qualidade ou talento do palestrante, mas pela forma como foi conduzida a fala. Pudera, como o público presente era o da escola, jovens ouvintes da Rádio Atlântida, hoje acho que o cronista agiu certo. Lembro que ele fez uma crítica a leituras dos antigos clássicos da literatura com os quais se trabalhava nas escolas, como Machado de Assis, pela linguagem ultrapassada. Fiz uma intervenção no sentido de defender o Bruxo de Cosme Velho, dizendo que suas crônicas ainda eram deliciosas de ler e que soavam muito bem ainda hoje, mesmo sendo centenárias, devido ao estilo leve.

 

Todavia, reconheço que Coimbra sempre foi uma de minhas influências, principalmente pela forma, pois escrevia muito bem, excelente cronista, dos melhores. Discordava de alguns de seus conteúdos, logo era uma referência em dois sentidos: no de seguir e no de não seguir alguns de seus caminhos. Dentre muitas coisas, recordo-me de seu embate com outro genial cronista auto declaradamente gremista, o Paulo Sant’Ana, que explodiu num bate-boca pela rádio Gaúcha, no programa Sala de Redação. Coimbra, com seu prestígio e estatura, saiu ileso, sorte que Kenny Braga e Wianey Carlet não tiveram, sendo demitidos da RBS por brigarem com Paulo. Hoje, Sant’Ana, Carlet e Coimbra estão no céu, e essas coisas não importam mais em nada.

 

Como serão lembrados? Em sua penúltima crônica em ZH, “Pulei fora dos 60”, do dia 24, terça-feira, David falava de seu recente aniversário e sobre isso: “Se você for escrever a biografia de alguém, qual é a foto que será publicada na capa do livro? Essa é a foto que representa a vida da pessoa, era ali que ela deveria ter ficado para sempre”. E arrematou: “Oh amigos, resta-me pouco. Então não vou me importar com o que não tem importância. (...) Mais tarde, quando eu deixar de existir, vocês decidem que foto fui eu”.

 

Ainda na semana passada escrevi sobre ele no Portal (Às vezes ninguém vê quando tu choras), acerca de sua crônica do dia 16, “Quando quis morrer”, onde abordava seu sentimento ante os efeitos da doença em seu corpo, mas afirmava seu amor pela vida. O fato é que o Rio Grande do Sul está em pesar pela sua morte, uma grande perda jornalística e literária, ainda jovem para um escritor. Um cara muito importante, conhecido e respeitado aqui do nosso Estado. Acho que essa será a sua foto: a dele sorrindo, no auge de sua forma física e literária, do período de quando esteve aqui em Charqueadas, no Sarau. É o que penso.

 

Meus sentimentos aos familiares, amigos, colegas e leitores.

 

Coimbra foi grande homem de letras, um baita cronista.

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 27/05/2022 às 21h37
 
25/05/2022 21h01
Os meses passam

Os dias e os meses passam, a vida pessoal retoma seu curso, um novo curso, dentro do mesmo contexto histórico, com velhos e novos personagens nele. A Terra e a vida pessoal rodam como o disco na vitrola...

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 25/05/2022 às 21h01
 
04/04/2022 07h02
Amanhece em Torres

Após dois anos e três meses sem vir aqui devido a pandemia, foram três dias maravilhosos com a Joana, o Jessé, a Beatriz e a Rosilane. Aliás, ontem foi a primeira vez que a Beatriz dormiu no "meinho". Quartos lado a lado ho Hotel Farol, com essa vista maravilhosa. Obrigado, Deus!

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 04/04/2022 às 07h02
 
01/04/2022 23h35
Primeiro de abril

Ouvindo o mar bater na praia pela janela aberta do apartamento. Quanto tempo sem vir à Torres? Dois anos e três meses. Espero que a pandemia esteja passando. Um grande aprendizado tudo o que ocorreu nesse tempo: a pandemia, doença e morte da mãe e rápida doença e morte do pai. Dia 6 de setembro passado, eu no enterro da mãe e a Joana baixando o hospital com problemas da gravidez. 28 dias depois, ela vem pra casa com a Beatriz ok e a Emília me dá a notícia da doença do pai. 30 de dezembro o pai morre.

 

Foi duro cuidar do pai no hospital, nesta pandemia, pior que cuidar do Afre, pelo mesmo motivo, anos antes. Se a gente não se desapega do egoísmo e ve tudo como oportunidade amorosa de crescimento, evolução e superação, sucumbe e enlouquece. Depois os plantões no serviço com a pandemia em alta, a gente 24 horas ligado: o que passei com o pai foi um treino para isso, fazendo essa situação ser tirada de letra. Quando me irritava pela situação com o pai no hospital, pensava: "Tá achando ruim, pensa que para ele deve ser 100 vezes pior".

 

Tudo passou e, agora, estou aqui, de novo, dois anos depois, usufruindo da vida. Não existe passado, nada fica, a vida é somente o presente que é usufruido da melhor maneira, evitando-se sempre colocar pedras no caminho. A guerra é a desgraça da vida, como bem falou Exupery em Piloto de Guerra e como, agora, vemos ocorrer na Ucrânia. "A guerra não é uma aventura, é uma doença" - ASExupery. Pra quê?

 

Nunca mais serei o mesmo depois de tudo isso, de todo esse aprendizada nesses dois anos. Amanhã será a final do Gauchão, Grêmio X Ypiranga na Arena, e verei na TV do quarto, com o mar ao fundo, pela primeira vez. Vida é momento, até essas bobagens que tem lá sua cor, ajuda a ver a vida voltando ao normal. Tá bom? Valeu. E ser útil para as pessoas, não só usufruir momentos egoístas e prosaicos, pois Deus não nos deu oportunidade de continuar mais tempo nesse mundo para isso, mas por objetivos e tarefas maiores. Tocando a vida, na sua completude.

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 01/04/2022 às 23h35
 
06/03/2022 17h39
Missa de seis meses da mãe

Desde o dia 30 de dezembro, com a morte do pai, não escrevia aqui. O pai ainda passou o Natal com a gente, na casa da Emília. Comprei cartões de Natal a seu pedido e ele me deu um, escreveu algo muito importante que guardarei para o resto de minha vida. Dia 02 fez dois meses da morte dele.

 

Hoje fizemos a missa de seis meses da morte da mãe, deu a data exata. Foi na Igreja Cristo Rei, às 09h30min, o padre Geneu a celebrou. Falou, na homilia, do diabo tentando Cristo no deserto, muito boa, a propósito da Quaresma. Decidi ontem fazê-la, depois de falar com a Emília. Coloquei uma mensagem às 07h de hoje nas comunidades "80 anos do Nery" e "Eu, Ivone", no Facebook. Fomos eu, a Rosi, a Joana, a Beatriz, a Emília e o Gilmar - esperei a Paula, mas ela não foi, avisei muito em cima, só pelo Face. Adorei a Joana ter ido e levado a Beatriz - linda essa bebezinha, ficou calminha e curtiu a missa inteira, tudo observando, dia 18 fará seis meses.

 

Convidei a Emília e o Gilmar para tomarem café da manhã comigo amanhã. Comprarei um pão de meio quilo na Pema, já encomendei. Farei a história dos "bicos" que a gente fazia com a mãe.

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 06/03/2022 às 17h39
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