Desde o dia 21 de março cumprindo o isolamento social; 24 de março, 46 dias atrás, foi o último em que saí pra rua, desde lá, tudo o que precisou se fazer foi online ou tele. Cinquenta dias. E parece que no Brasil, com o inverno iniciando e o lamentável e absurdo governo federal atrapalhando os governadores e prefeitos de capital, o pior ainda não veio.
Espero que nunca venha, embora os números mostrem um crescimento paulatino e, em alguns estados, como SP, RJ, CE, PE, AM e PA, a coisa esteja dramática. Tudo vai depender da sociedade decidir se proteger e de como a questão da sobrevivência das pessoas se dará com alimentação, água, luz e remédios, ou seja, o essencial. De fome ninguém morrerá no curto prazo, só pela Covid-19. Mas tem políticos e empresários pressionando pela volta à "normalidade" (!?). Querem "economia e morte", esses, mais preocupados que estão com a morte de CNPJs que podem ser recuperados do que com CPFs irrecuperáveis se a morte lhes atingir.
Em casa tudo como sempre. Perfeita a convivência com a esposa. Uns quatro dias atrás ela pegou 150 reias de seu pai em notas de 50, de uma dívida que ele tem para com ela, e esqueceu de lavar as mãos. Uma barra, pois a situação na casa dos meus sogros continua do mesmo jeito que já falei nas postagens anteriores aqui nesse Diário. Mas não ficou muito tempo assim, diz que lavou as mãos uns 15 ou vinte minutos depois, quando foi comer uma laranja. Torçamos pelo melhor, né. Erros acontecerão, meus e dela, e a verdade é que não somos vítimas ou culpados de algo que é muito maior do que a gente e de que todas as pessoas deste mundo. O grande inconveniente disso é que teremos de passar, novamente, uns dias dormindo separados, eu na sala. Uma bosta. No mais, tudo ok, sem dramas, né.
Amanhã é dia das mães e a Joana virá aqui em casa. Vai ser estranho, pois iremos seguir rigidamente os protoclos de distanciamento social. Faremos um almoço no pátio - churrasquinho com espetinhos, ela numa ponta da mesa, nós na outra. Ela não poderá ir no nosso WC. Será um encontro de duas, três horas no máximo. É o que dá, tem de ser assim. Ela esteve aqui nove dias atrás, numa quinta-feira - 30 de abril, quando o Pedro, meu cunhado mais novo, apareceu na casa dos meus sogros, com a esposa e o filho, e também os vimos. A Joana teve de sair de casa e aproveitou para passar. Sentamos na área da frente. Comprou umas coisas pra gente no supermercado Bonato, que não tem no COPAC - onde compramos online e recebemos por tele-entrega. Vai ser muito bom ver nossa filha. Ontem compramos umas coisas no COPAC para recebê-la bem.
Na quinta-feira passada, dia 7 de maio, desmontei a máquina de lavar antiga que estava na área. Deu um trabalhinho, deixei só a carcaça de metal com a tampa de vidro, que agora serve para colocar dentro as compras quando chegam, a fim de diminuir a área do piso a ser rigorosamente lavada após a higienização das mesmas.
Na terça-feira, dia 28 de abril, fizemos rancho na COPAC. Dá um trabalhão higienizar todos os produtos com água e sabão, mas bah. A reorganização da biblioteca já está concluída. No mais tudo ok, com as rotinas: varrer e passar um pano no piso da casa, limpar as calçadas do pátio, recolher coco dos cães, alimentar cães e gatos, lavar a louça, escrever para o Portal, ler na biblioteca, acessar a internet e olhar o Face - que não acesso nos fins de semana, a fim de manter a saúde mental. Minha esposa faz a comida, arruma a mesa, lava e estende as roupas, usa internet e finaliza o trabalho final do mestrado dela. Ah, ela tem habilidades manuais para o artesanato, então fez um presente para a mãe dela, bem bonitinho, uma tábua para prender papeis e chaves. Eu não fiz nem comprei nada para minha mãe - não vejo ela e o pai desde dia 19 de março. Como entregaria, em segurança? Escrevi algo sobre isso para o Portal, ontem, sem citá-la (https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/6941195). Já a Rosilane é só entregar pra sua mãe, pela cerca, pois como não saímos de casa não tem risco de algo sair daqui pra lá, só ao contrário, pelos motivos que já escrevi anteriormente.
Era isso. Cinquenta dias e, graças a Deus, todo mundo ok na família. A próxima data agora é meu aniversário, dia 24 de junho, daqui uns 40 dias. A boa notícia é que me avisaram no serviço que os atestados, no meu caso, grupo de risco por diabetes 2, passam a ter validade de 30 dias, não mais de 15. Facilita, né.
Na foto, o Botafogo deitado e a Ponte Preta colocando a pata no pé da Rosilane - que ela e a Joana chamam de Bela, seu nome oficial. O Maurinho, o taxista que a deu pra mim, a chamava de Mixuruca. "Mixuruca, ô mixuruca" - ainda ouço na memória ele falar, com sua voz arrastada. Como deve estar o Maurinho? Não tenho o número do celular dele, só o do Celito, o profissional que usava quando estava trabalhando. Cara legal o Maurinho, boa gente.
Ah, o Celito voltou a trabalhar no táxi. Tem 78 anos, ele, mineiro aposentado. Deve estar precisando muito. Só ele e a mulher em casa, e cuidam da filha doente. Umas barras enfrenta o Celito, mas não reclama de nada, uma fortaleza ele, que homem verdadeiramente admirável. Descobri que eie voltara porque chamei o Vildomar para uma corrida, para buscar um atestado pra mim na Clínica. Ele não pode vir e mandou o Celito, daí vi que ele voltou a trabalhar no ponto. Estava atendendo só de casa, no celular, mas não o chamei para evitar expô-lo nesse momento. Bom, se ele precisa, vou voltar a ligar pra ele quando necessário. Que Deus preserve esse homem de grande valor, ele e a sua família.
E lembrei agora também do Nilson, que trabalhava com o Celito antes do Maurinho. Ele passou aqui por casa, semanas atrás. Estava de bicileta, pochete e sem máscara. Falou que fora em Porto Alegre ver o médico - fez operação, tem uns problemas de saúde - e que não havia ninguém na rua e nos ônibus por lá e tampouco na linha intermunicipal daqui de Charqueadas. Perguntei se não era melhor ele ficar em casa. Desconversou, disse que ia na filha, estava feliz, sorridente. Semana passada passou aqui perto de novo, caminhando, vi-o virando a esquina. Cara legal, tinha sempre uns sons legais em pendrive, internacionais antigas dos anos 1960 e 70, ouvíamos bem alto nas corridas que ele fazia, eh eh eh eh. Tudo de bom pra esse gente boa, todos acima dos sessenta: Celito, Maurinho e Nilson.
Tudo de bom pra ti que estiver lendo isso também. Fui. Tchau.
Amanhã, dia 3, farão exatos quarenta dias que não coloco o pé pra fora do portão de casa, desde o dia 25 de março. Pra ser bem sincero, ontem saí na calçada para colocar o saco de lixo na rua, mas creio que calçada não conta. Desde o dia 21 de março estou em isolamento social, devido à pandemia, mas dia 24 fui no serviço levar um atestado. Deppois de amanhã, dia 4, fará também 45 dias, portanto, que estou em isolamento, no total. Hoje, domingo, eu e minha esposa fizemos um churrasco, tipo espetinho, para comemorar. Gravamos um vídeo e mandamos pra minha filha Joana, cunhado mais novo Pedro e minha irmã, Emília. Nele, disse o que mais me alegrava: passar a Páscoa e o Dia do Trabalhador e todos na família estar saudáveis.
Minha mãe (foto acima, em sua casa, na sexta-feira) teve recaída quinta-feira de sua infecção na bexiga, mas está sendo tratada em casa e não precisará ir ao hospital. Graças a Deus e a dra Rosangela Dornelles,
Quinze pras quatro da matina e ainda estou acordado, então me deu vontade de vir aqui escrever. Essa foto é de uns anos atrás, de dezembro de 2013, se não me falha a memória. Numa pizzaria aqui em Charqueadas, com o pessoal que fazia uma pós graduação no IFSul da cidade. Legal aquela turma. Escrevo sobre eles só porque fui na área de trabalho ver se tinha uma foto lá pra ilustar essa postagem e achei ela. Daí lembrei.
Tô meio parecido com o Frejat, do Barão Vermelho, né? Tipo assim, dou os ares. O que eu toquei naquele dia, puxa vida? Não lembro, mas sei que foi um bom número de canções, que só eu tocava do pessoal que foi. Eu tinha 45 naquela época. Ainda não estava diabético, estava ficando. É, foi bem por esse tempo, no ano seguinte. Lembrei agora, também. Não, errado, foi em 2015 que fiquei diabético, tenho os exames, olhei eles esses dias, para conferir.
Sobre o que eu vim escrever, mesmo? Ah, sei lá. Tava navegando pelo Recanto, revendo uns colegas recantistas de longa data, curtindo a madruga, alma leve e deu vontade de escrever. Ah, ia fazer um poema de improviso! Coisa boa. A vida é bela. É uma canção numa pizzaria com os amigos. 2012 e 2013 foram anos muito bons na minha vida, que tem sido muito boa, no geral. "Viver, e não ter a vergonha de ser feliz" - essa eu sei que não cantei naquela noite, mas canto agora, mentalmente.
Vou nessa. Um abração para todos e boa terça-feira.
Hoje completei 14 anos no Recanto. Uau syl, é tempo! Escrevi uma crônica comemorativa à data (https://souzaguerreiro.com/visualizar.php?idt=6928561). Nela, falei dos 861 textos publicados. Aqui, tratarei de minhas publicações aqui no "Meu Diário" e nos "Áudios.
Em primeiro lugar, neste Diário foram 591 publicações (um texto a cada oito dias e meio) com 37.254 leituras, o que dá uma média de 63 leituras por postagem - lá nos textos a média é 180. Pouco, mas para mim tá mais do que ótimo, esse Diário até supera as minhas expectativas, eis que o escrevo para registro pessoal mesmo. A postagem mais lida aqui, com 768 acessos, foi "Cauby teve uma namorada em Charqueadas" (17.05.16). Aliás, as postagens sobre a minha cidade são as mais conferidas, até porque essas eu compartilho no Facebook, vez ou outra: "A noite em que o CTG Ramiro Barcellos desabou" (459 - 30. 01.16), "Servidores estaduais realizam protestos em Charqueadas" (436 - 27.11.19), "50 anos da Escola Municipal Pio XII em Charqueadas" (412 - 23.05.09), Rotatória na ERS 401 (394 - 14.11.17) e "OASIS em Porto Alegre: eu fui" (392 - 16.05.09). Das 80 mais lidas, que alcançaram 100 leituras ou mais, as postagens locais são 29, ou seja, 36%, mais de um terço.
Se eu quisesse investir com o Diário via Face, esse seria o caminho, mas não quero. Escrevendo para o Portal de Notícias artigos e crônicas duas vezes por semana, não tenho como priorizar uma produção específica para ele, visando um público fixo, tendo ainda as demandas profissionais e pessoais a cumprir. Sou um escritor semi-profissional, não vivo disso. A primeira coisa que publiquei no Diário foi Estoy Aqui, em 12.10.07. Era um texto onde eu dizia que depois de um ano e seis meses de Recanto, iniciava o Site do Escritor.
Em segundo lugar, os "Áudios", onde desde setembro de 2010, há dez anos, não publico mais nada. Exatamente por esse tempo estou inativo na música, tocando só em casa, e parei de compor, exceto por uma coisinha ou outra, instrumental, tipo o chorinho "Tio Ivan: o Gaguinho". Aliás, comecei a publicar uns solos em vídeo no Face ano passado, durante a Copa América e, na quarentena, agora, fiz uns para os meus pais, "Tio Ivan" entre eles. Penso em comprar equipamentos de gravação e retomar isso, voltar a compor canções, que são a maioria das coisas que eu postei nos "Áudios".
Fusquinha Rosa Choque (28.12.07), com 2.087 audições, é a canção mais acessada. Depois tem o instrumental Ré Maior (27.04.07), 499, que é o fundo musical de meu Site do Escritor no Recanto. Noites Frias (09.06.08), uma canção do meu saudoso amigo Dinanci Menezes, possui 470, e Forró Estilizado (25.08.07), do Grupo Voz Ativa, ícone local charqueadense dos anos 1980, tem 412. A primeira vez que postei algo foi em agosto de 2007, a canção Inverno, do guitarrista e compositor charqueadense André Miller. No total foram 83 áudios com 13.885 audições, uma média de 167 acessos por publicação.
Pois o Guto (foto acima) falando comigo, ontem pela manhã pelo messenger do Face, um momento disse-me: O que o Afre diria numa hora dessas? Ele se referia ao momento politico nacional e a pandemia. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, nem havia ainda dado a entrevista coletiva anunciando sua demissão.
Pela noite, depois de assistir o pronunciamento do presidente Bolsonaro no Portal, lembrei o que tinha falado com o Guto. E lembrei que o Afre fazia aniversário dia 24. Então fui no Face da Aline, filha dele, e havia uma postagem lá, e comentei. Só que o níver dele não era ontem, mas 24 de maio, e eu me confundi com a postagem que, justamente, ela havia feito nesse dia, colocando uma foto dos dois juntos. Depois me dei conta de que era 24 de maio e retirei o comentário, e disse para ela essas coisas.
Vejam, eu, o Guto e a Aline, três das pessoas mais próximas a ela, pensarmos no Afre no mesmo dia e nos contatarmos. Acho que era um pouco, toda essa "coincidência", uma resposta à pergunta que o Guto fizera pela manhã, talvez uma resposta antes mesmo dele e por isso mesmo ele havia perguntado. E tudo teve a ver com o dia especial que foi ontem, claro. Um dia único para o Brasil num momento único em que o nosso país e o mundo atravessam, com essa pandemia. O que quis dizer? Ou mostrar?
Um amigo especial, muito especial.