João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Meu Diário
23/11/2016 14h04
Velório

Ontem fui no velório de um amigo, pela manhã, bem cedo. Ele era mais velho que eu, 63 anos de idade. Um cara que foi legal comigo, sempre me respeitou e tratou bem, com consideração.

Ele ali, esticado no caixão, e eu recordando algumas passagerns que compartilhamos, o tempo que ficamos sem nos ver e o reencontro numa dessas curvas da vida.

Soube por uma parente em comum que ele estava mal. Câncer no pulmão. Maldito cigarro! No cortejo para a sepultura, percebo que um jovem, o último à direita das seis pessoas que conduziam seu esquife, joga algo no chão. Um toco de cigarro, vejam só!

Os pedreiros começam a colocar as lajes para fechar o sepulcro e, na última, sua simpática e bonita filha começa a chorar e procura abrigo no peito do marido, fragilizada. Sua demonstração de dor e sofrimento me comove. Vou embora.

Chamo o táxi pelo celular, que me pega no portão de saída do cemitério. Ele me deixa no serviço, para mais uma jornada de labuta sob a luz do sol nesse belo dia primaveril de final de novembro.

O céu está lindo. Encho de ar os pulmões.

Viver é sobreviver.

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 23/11/2016 às 14h04