João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Já faz 58 anos daquelas 7 horas

 

Deus fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo. Já Noé e Eva, conheceram-se em duas horas, namoraram em outras duas horas, noivaram em mais duas horas e, na sétima hora, resolveram casar. Casar mesmo, pois se conheceram às 15 horas e, às 22, já moravam juntos. Como disse com ironia um dos filhos no almoço da família, "Tudo o que é planejado tende a dar certo".

 

Já são 58 anos juntos. Naquele 26 de outubro de 1965 em que se conheceram e casaram, Noé tinha 20 anos e Eva 15. Noé foi com a mãe à Butiá visitar uma irmã mais velha e Eva, que morava em Minas do Leão e era filha de uma amiga desta, apareceu por lá por um motivo prosaico. Olharam-se e um achou o outro muito bonito. Conversa vai, conversa vem, o cunhado vendo que Noé estava a fim da jovem, resolveu convidar todo mundo pra o jantar, arroz com galinha, mas disse que não tinha nenhuma. Noé se prontificou para buscar, claro.

 

Ao sair, o cunhado o interpelou:

- Olha, essa menina é filha do Clarindo e da Dalmira, é como se fosse minha filha, não quero sacanagem com ela. Tu respeita a guria.

- Pode deixar, minhas intenções são as melhores possíveis - respondeu Noé.

 

Jantaram e, mais conversa vai e conversa vem, perderam o horário do busão das 22 horas e, como estavam ali, Pedro a convidou para dormir na casa dele. "O velho golpe da maçã envenenada", comentou um dos netos ouvindo o relato dos avós. Pensando um pouco mais, refletindo sobre as perspectivas da vida, os jovens tiveram uma ideia melhor: passariam a morar juntos desde aquele momento e assim foi. Noé chegou em casa com Eva e disse:

- Pai, casei.

Seu Cecílio, um pouco embriagado e sonolento, apenas respondeu:

- Tá bom, filho. Agora vai dormir.

No outro dia, viu que era coisa séria mesmo e passou a tratar a nora como se fosse filha, como eles contam.

 

No almoço em família de ontem, três filhos, três netos e quatro bisnetos depois daquelas sete horas, comemoraram os 58 anos de casamento. E decidiram comemorar no dia mesmo, sem planejamento algum, como é do costume deles. O neto assou a carne.

 

Um bom final de semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, usem máscara nos locais indicados, vivam e fiquem com Deus.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 27/10/2023
Alterado em 27/10/2023
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