João Adolfo Guerreiro
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Veranico de julho, o do “Grenal do Trator”

Desde quinta-feira da semana passada o tempo esquentou em pleno inverno gaúcho, com os termômetros registrando incríveis 30.8° na capital no domingo de Grenal. Deu para andar de chinelo de dedo, calção e camiseta pelas ruas e parques.

Parece, inclusive, que o sol apareceu somente para o Grêmio “batizar” oficialmente o “novo” Beira Rio, remodelado para a Copa de 2014. E, nisso tudo, o técnico colorado Argel foi o personagem principal, eis que, aos 41 anos, aprendeu duas coisas que já deveria saber: 1 - em boca fechada não entra mosca; 2 – não existe segredo entre mais de duas pessoas.

Todo cuidado era pouco, pois o Inter vinha de um empate e três derrotas e, assim, o Grenal era um jogo especialmente essencial para a recuperação do time no Campeonato Brasileiro, além da importância natural que o clássico possui. Mas o homem não resolveu deixar uma mensagem de voz para um amigo num grupo do WhatsApp, falando que no domingo “a gente arruma a casa e passa o trator por cima dos caras"? Argel, Argel, o jacaré não entrou no céu porque tinha a boca grande! Não existe privacidade na internet, tudo nela é uma janela para o mundo.

Deu no que deu: se queres desarmar alguém, bajule-o; se queres motivá-lo contra si, critique-o. Resultado: Inter 0x1 Grêmio. O trator argelino atolou na beira do Guaíba. E Argel ainda teve de levar para casa a flauta do meio Douglas, autor do gol da vitória tricolor: “Fala rapaziada. Vou sair para beber de trator hoje”!

E assim foi escrita a história do Grenal do Trator, aquele do veranico de julho de 2016.  Todavia, o bom do futebol é que se morre no domingo e se ressuscita na quarta-feira. Afinal, o Inter foi, há bem pouco, campeão gaúcho e era líder do Brasileiro, não é mesmo? No futebol, a efemeridade da glória é como a efemeridade da vida, mas com direito a reencarnação. Se o Inter era mesmo a “vaca em cima da árvore” na ponta da tabela ou se o Grêmio vai disputar o título ou só vaga para Libertadores novamente, só o tempo dirá no futebol, “a coisa mais importante dentre as menos importantes”, conforme o jornalista Milton Neves.

Já o veranico de julho acabou, como atesta essa tarde de quarta-feira, 6, com temperatura baixando, vento forte e frio e nuvens carregadas. O inverno acordou da sesta e volta com tudo!

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PM MORTO – Um brigadiano que tomba no cumprimento do dever é uma perda para sua família, amigos, colegas e para a sociedade, eis que esses profissionais são os que garantem, lá na linha de frente do combate ao crime, o Estado Democrático de Direito contra a barbárie e a brutalidade daqueles que fazem do uso da força contra os cidadãos o seu meio de vida. Esse triste caso do PM morto em Porto Alegre é emblemático, justo no momento em que se discute como devem ser as abordagens policiais. O perigo que os PMs correm é concreto. Dar pitaco sentado em casa, sem colocar a vida em risco, é fácil. O melhor é o cidadão sempre se portar adequadamente quando abordado pela polícia, nunca tentando reagir ou fugir, evitando ser mal interpretado e colaborando com a atividade policial, que é estressante e perigosa. No caso em tela, o PM foi alvejado na abordagem, quando exercia sua função de defesa da sociedade. O fato fala por si.

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PREVIDÊNCIA – Aposentadoria aos 65 anos num país onde aos 50 anos boa parte dos trabalhadores já estão excluídos do mercado de trabalho? Onde, em muitos estados, a expectativa de vida é de 68 anos ou menos? E, isso tudo, proposto por um governo que não passou pelo crivo das urnas defendendo tal medida para a população que vai pagar essa conta do “ajuste fiscal”? É muita perversidade do andar de cima!



Texto publicado na seção de Opinião do jornal Portal de Notícias, versões impressa e online: http://www.portaldenoticias.com.br
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 09/07/2016
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