João Adolfo Guerreiro
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Foto: Rourke, Dunnaway, Barbet e Bukowski

Para ver Bukowski

Em primeiro lugar, uma advertência: para “ver” Charles Bukowski, antes tem de “ler” Bukowski.

Em sua obra os fatos são vivências do cotidiano das ruas mediadas pela descrição crua e pela reflexão do autor, que está nos livros. Esses filmes não possuem a mesma “velocidade de ação” dos atuais e, logo, são ideais para quem já leu seus livros e pode viajar pelas adaptações cinematográficas de sua obra sem o risco de, em movimento contrário, assistir os filmes e depois trupicar nas diferenças com os textos e perder a magia que é a leitura e a descoberta, sobretudo, de seus romances, que já citei aqui na semana passada. Os documentários sobre a vida de Hank (seu apelido) também são um perigo: mostram muitas das situações pelas quais seu alter ego literário Henry Chinaski passa nos romances, devido ao caráter autobiográfico de seus escritos.

Um filme a ser visto é Barfly (“Condenados pelo vício” – nada a ver esse título em português), de 1987, cujo roteiro foi escrito pelo próprio Bukowski, que depois relatou a experiência em seu penúltimo romance, Hollywood (1988). Dirigido pelo francês Barbet Schroeder (que realizou um documentário sobre o escritor e para quem o “velho safado” dedicou Hollywood) e estrelado por Mickey Rourke e Faye Dunnaway.

Factótum (“Sem destino” - êta títulos em português!), de 2005, com Matt Dilon interpretando Henry Chinaski e dirigido, escrito e produzido por Bent Hamer e Jim Stark, é baseado no seu segundo romance, de 1975, além de trechos de outras obras, como o póstumo O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio (1998).

Um documentário muito bom, de quase duas horas, é Bukowski – Born into This (2003), produzido e dirigido por John Dullaghan, que aborda toda a vida e a obra do Velho Safado, com muitos trechos de entrevistas do mesmo e depoimentos de pessoas que conviveram com Hank. Dentre as coisas interessantes do documentário, uma é ver a fala do cantor Bono Vox, do U2, sobre um show em Los Angeles onde homenageou Bukowski e sua esposa Linda e, depois, lembrar da crônica “06/11/92 00:06”, que o autor escreveu em “O capitão...”, sobre o evento...

Esse material é o que considero o essencial para se “ver” o autor e é facilmente encontrado no Youtube, legendado. Claro, tem muito mais coisa inspirada em sua obra, como Crônica de um amor louco (1981), do italiano Marco Ferreri, com os atores Ben Gazzara e Ornella Muti, dentre outros filmes. As inúmeras entrevistas e as (impagáveis) sessões de leitura de poemas do escritor encontradas na internet podem ser vistas sem prejuízo algum para posterior leitura dos romances, bem como os vídeos com suas poesias. Recomendo um deles em especial: Nirvana, por ser de qualidade profissional, praticamente um curta-metragem.

PS – Para os interessados, a livraria Lua de Papel, em São Jerônimo, tem um bom acervo de títulos do Bukowski para vender.

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LUCIANO & DAMARIS – O restaurante Muralha traz novamente de São Paulo a excelente dupla Damaris Ortiz & Luciano Belgrado para três apresentações: hoje e amanhã em Charqueadas e domingo em São Jerônimo. Pop rock internacional de muita qualidade. Imperdível.
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ROCKLORD – A banda charqueadense de pop rock e rock’n roll está toda quinta-feira mandando um som no Uruguayos Food & Music, a partir das 21h30min. É sempre uma boa pedida, curto e recomendo.
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ROSSANO DUARY – Para quem estiver pela praia de Torres, recomendo ir à noite na Pizzaria Panzerotti, às margens do Mampituba, e conferir o trio Rossano Duary (voz e violão), Lázaro Nascimento (violão solo) e Rodrigo (bateria) tocar uma MPB num estilo bossa nova. Muito bom mesmo.

Publicado em http://www.portaldenoticias.com.br

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 28/01/2016
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