João Adolfo Guerreiro
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Grandes Olhos

Uma interessante e surpreendente história da vida real essa contada pelo diretor Tim Burton no filme Grandes Olhos, a saber, a da pintora Margaret Keane e de seu marido Walter Keane. O artista e a obra fruto do seu talento são fundamentais, mas a ação de admiradores, marchands e mecenas pode ser a diferença entre a posteridade e o ostracismo. Mesmo os artistas reunidos em grupos ou escolas deles necessitam.

O que seria, por exemplo, dos impressionistas franceses do século XIX sem marchands como Paul Durand-Ruel e Georges Petit, apoiadores como Victor Chocquet e o escritor Émile Zola e mecenas como Georges Charpentier e Ernest Hoschedé? Será que sem eles os “alunos de Manet” e “discípulos de Gleyre” teriam ido tão longe? Renoir e Monet seriam lembrados ainda hoje? É difícil responder, pois a história é um presente que se tornou passado e não as conjecturas que fazemos sobre o último, a saber, sempre uma reconstrução, científica ou não.

Essas questões Grandes Olhos trabalha (assim como podemos observar também no filme aquelas que Walter Benjamin discute em “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”), pois Margaret era uma artista talentosa, com alma e olhar, porém introvertida, incapaz de promover a si e a seus quadros. Já Walter possuía uma peculiar extroversão e comunicabilidade a favor de sua paixão pela pintura, concomitante à falta de aptidão. Assim, a união amorosa entre ambos foi também útil, com Walter servindo de admirador, marchand e mecenas de Margaret.
Até aí tudo bem. Só que Walter tinha uma vaidade incomensurável, que precisava ser satisfeita a qualquer custo, e foi onde os problemas começaram... Não irei, claro, contar o filme.

Margaret pintava, basicamente, crianças, como olhos expressivos, assim como o são os dos retratados por Renoir. Só que em Margaret elas possuem uma peculiaridade: olhos com tamanho anormal. Por qual motivo? “Os olhos são a janela da alma”, explica a pintora durante o filme.
Olhos. Olhar. Grandes Olhos é, sem dúvida, um filme para ser visto.

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BARBEIRO pintor – Por falar no assunto, muito legal essa história do barbeiro de Porto Alegre que, depois dos 70 anos, descobriu o talento para a pintura. Procurem na Internet, vale a pena conhecer essa história.
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O BRASIL nos tempos do cólera ideológico – Algumas pequenas notas divulgadas na mídia nacional e que passaram praticamente despercebidas do grande público demonstram até onde está indo o acirramento ideológico no Brasil: 1 – “Primeira universidade do mundo, fora da França, a abrigar uma coletânea de áudios do filósofo Michel Foucault, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) pode ter de devolver o material. O Conselho Superior da Fundação São Paulo, mantenedora da universidade, recusou a criação de um cátedra do pensador” (jornal O Estado de São Paulo); 2 – “O Senado rejeitou nesta terça-feira (19/05) a indicação do embaixador Guilherme Patriota para ocupar o cargo de representante do Brasil na OEA. Por 37 votos favoráveis e 38 contrários, o Senado barrou o nome de Patriota, em votação secreta. É a primeira vez na história que o Senado rejeita um diplomata de carreira indicado pelo governo, segundo informações do Senado e da Comissão de Relações Exteriores da Casa. O embaixador já serviu em missões na própria OEA” (jornal Folha de São Paulo).
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BAAR Xarqueadas – Neste domingo será dada continuidade ao trabalho de limpeza do local. Mais informações no evento do Facebook “Mutirão Parte II”.

Artigo publicado na versão impressa e na seção de Opinião online do jornal Portal de Notíciashttp://www.portaldenoticias.com.br
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 16/06/2015
Alterado em 29/08/2015
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